sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Reflexão: “As virtudes recomendadas"


Ler: Romanos 12.9-19                    


Vamos iniciar a reflexão de hoje com a seguinte ilustração: Conta-se que na primeira metade do século 19 uma jovem passava as férias de verão na cidade de Windsor, Inglaterra. Diariamente ela vestia roupas simples e passeava pelas ruas observando, atentamente, as necessidades e queixas do povo. (Obs.: A jovem que se disfarçava em uma simples jovem era a rainha Vitória, que começou a reinar com apenas 18 anos). A cada dia demorava-se mais e mais, até que em uma tarde, enquanto andava por uma rua onde moravam pessoas pobres, uma forte chuva começou a cair de repente. Então ela parou na frente de uma casa. Bateu à porta daquela casa. A mulher que veio atender perguntou o que ela queria (Mas não reconheceu que era a rainha). A jovem explicou que estava longe de casa e que precisava de um guarda-chuva emprestado para poder voltar, pois sua família deveria estar preocupada com a sua demora.
A mulher, dona da casa, fez uma cara feia e resmungava baixinho: “Essa mulher já não é mais uma menininha. Deveria saber que deve carregar um guarda-chuva quando sai de casa para passear. Não vou emprestar meu guarda-chuva novo, pois ela é capaz de não devolvê-lo”. Pegou, então, o guarda-chuva mais velho que tinha, já cheio de buracos e com duas varetas quebradas, balbuciando: “Esse guarda-chuva velho está muito bom para ela”, e foi entregá-lo à jovem.
A jovem, ao receber o guarda-chuva, agradeceu e disse: “Ainda hoje mandarei devolver o guarda-chuva, muito obrigada. Deus a abençoe!” 
A mulher entrou em casa e continuou resmungando. Duas horas depois, parou em frente à casa dessa mulher a carruagem da rainha Vitória. Dois empregados do palácio bateram à porta. Quando a mulher abriu, um dos emissários disse: “A rainha manda devolver o guarda-chuva que a senhora lhe emprestou e lhe manda esse presente”. E o empregado entregou uma cesta enorme, cheia de coisas boas para comer. A mulher ficou parada à porta sem saber o que dizer.
Depois de algum tempo, ela se pôs a chorar dizendo: “Se eu soubesse que ela era a minha rainha, teria emprestado o meu guarda-chuva novo. Oh! Porque emprestei o velho e quebrado? Porque reclamei e de má vontade a recebi em minha porta. Se eu soubesse que era a minha rainha... Se eu soubesse...”.  (História contada pela senhora Nina Fialho na devoção que dirigiu no Centro Administrativo da IELB, em 14.01.2015).
O texto bíblico
Nos capítulos anteriores ao texto lido, o apóstolo Paulo expôs as verdades fundamentais da fé cristã, destacando especialmente a justificação gratuita através da obra de Jesus Cristo em favor da humanidade. Acentuou que a salvação da pessoa é por graça de Deus, a qual o pecador se apega pela fé em Jesus Cristo.
Agora, a partir do cap. 12, desenvolve o pensamento de que esta justificação gratuita do cristão necessariamente se manifesta através da santificação, isto é, a fé se manifesta através da vida cristã, em atitudes cristãs, com destaque para a dinâmica do amor, que ele propõe. Fala de um cristianismo aplicado à vida do dia a dia dos cristãos.
O apóstolo iniciou o cap. 12 com a expressão: “Rogo-vos, pois, irmãos pelas misericórdias de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (v.1). É um apelo aos cristãos para que desenvolvam uma vida de amor a Deus, dizendo: “Rogo-vos”. Ele coloca “as misericórdias de Deus” como base do apelo dele (v. 1). No cap. 12, enfatiza também que a vida do cristão deve ser consagrada ao Senhor e aos seus ensinamentos, sempre tendo como base o amor de Deus, ou seja, a sua misericórdia por nós.
O apóstolo fala do amor como base de todo o relacionamento entre as pessoas. Lembra também, em Gl 5.22, que o amor cristão é fruto do Espírito. Assim, quanto mais estivermos alimentados espiritualmente, através dos meios da graça (Palavra e Santa Ceia), mais forte será a nossa fé e mais abundante o fruto da fé, que é amor. Paulo tinha dito no V.6 que tudo deve ser feito “segundo a proporção da fé”. E, no texto lido, ele inicia falando do amor desta maneira: O amor seja sem hipocrisia” (V.9). Este amor não deve ser algo forçado, fingido, mas deve ser sem dissimulação, sem falsidade, sem disfarce e sem máscara.
Deus quer que sejamos autênticos cristãos e que em nossa vida se evidencie adinâmica do amor”, que o apóstolo Paulo apresenta nos versículos que seguem:
(Obs.: Ler cada versículo indicado abaixo antes do pequeno comentário sobre cada um deles):
V. 9 - Querer sempre fazer o bem às pessoas, nunca o mal.
V. 10 - Promover a honra e não a desonra das pessoas, dando preferência aos interesses dos outros. Não falar mal das pessoas, mas ajudá-las a superar o mal que pode estar presente na vida das pessoas.
V. 12 - Suportar com paciência as tribulações e os sofrimentos que podem advir da posição de autêntico cristianismo.
V. 12 – Ser perseverantes na oração, não só por nós mesmos, mas também pelos outros, até pelos nossos inimigos. Jesus diz: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem” (Mt 5.44).
V. 13 - Compartilhar as necessidades (ação social) e praticar a hospitalidade.
V. 14 - Abençoar os que nos perseguem e não amaldiçoá-los. Nunca falar mal e não prejudicar os que fazem maldades contra nós.
V. 14 - Ser solidário com os se alegram e com os que choram.
E outras atitudes - Ler os versículos 16-21.
Que linda lista! Se vivermos assim teremos uma convivência agradável, linda e influenciadora sobre outros que ainda não creem! Além de fazer o bem às pessoas, as nossas boas atitudes têm outra importante finalidade. Diz Jesus: “para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mt 5.16b). Que Deus nos ajude a vivermos assim!
Jesus nos deu exemplo, se humilhou para servir a todos nós. Ele sofreu e morreu para pagar a nossa culpa. Nós estamos salvos! Ele o fez por AMOR. Que este amor habite em nossos corações e nos habilite a amar a Deus, acima de tudo, ao próximo como a nós mesmos.  Amém.                    
Martinho Sonntag

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