Ler: Romanos 12.9-19
Vamos iniciar a reflexão de hoje com a
seguinte ilustração: Conta-se
que na primeira metade do século 19 uma jovem passava as férias de verão na
cidade de Windsor, Inglaterra. Diariamente ela vestia roupas simples e passeava
pelas ruas observando, atentamente, as necessidades e queixas do povo. (Obs.: A
jovem que se disfarçava em uma simples jovem era a rainha Vitória, que começou
a reinar com apenas 18 anos). A cada dia demorava-se mais e mais, até que em
uma tarde, enquanto andava por uma rua onde moravam pessoas pobres, uma forte
chuva começou a cair de repente. Então ela parou na frente de uma casa. Bateu à
porta daquela casa. A mulher que veio atender perguntou o que ela queria (Mas
não reconheceu que era a rainha). A jovem explicou que estava longe de casa e
que precisava de um guarda-chuva emprestado para poder voltar, pois sua família
deveria estar preocupada com a sua demora.
A mulher, dona da casa, fez uma cara feia e
resmungava baixinho: “Essa mulher já não
é mais uma menininha. Deveria saber que deve carregar um guarda-chuva quando
sai de casa para passear. Não vou
emprestar meu guarda-chuva novo, pois ela é capaz de não devolvê-lo”. Pegou,
então, o guarda-chuva mais velho que tinha, já cheio de buracos e com duas
varetas quebradas, balbuciando: “Esse
guarda-chuva velho está muito bom para ela”, e foi entregá-lo à jovem.
A jovem, ao receber o guarda-chuva, agradeceu
e disse: “Ainda hoje mandarei devolver o
guarda-chuva, muito obrigada. Deus a abençoe!”
A mulher entrou em casa e continuou
resmungando. Duas horas depois, parou em frente à casa dessa mulher a carruagem
da rainha Vitória. Dois empregados do palácio bateram à porta. Quando a mulher
abriu, um dos emissários disse: “A rainha
manda devolver o guarda-chuva que a senhora lhe emprestou e lhe manda esse
presente”. E o empregado entregou uma cesta enorme, cheia de coisas boas
para comer. A mulher ficou parada à porta sem saber o que dizer.
Depois de algum tempo, ela se pôs a chorar
dizendo: “Se eu soubesse que ela era a
minha rainha, teria emprestado o meu guarda-chuva novo. Oh! Porque emprestei o
velho e quebrado? Porque reclamei e de má vontade a recebi em minha porta. Se
eu soubesse que era a minha rainha... Se eu soubesse...”. (História contada pela senhora Nina Fialho
na devoção que dirigiu no Centro Administrativo da IELB, em 14.01.2015).
O
texto bíblico
Nos capítulos anteriores ao texto lido, o
apóstolo Paulo expôs as verdades fundamentais da fé cristã, destacando
especialmente a justificação gratuita através da obra de Jesus Cristo em favor
da humanidade. Acentuou que a salvação da pessoa é por graça de Deus, a qual o
pecador se apega pela fé em Jesus Cristo.
Agora, a partir do cap. 12, desenvolve o
pensamento de que esta justificação gratuita do cristão necessariamente se
manifesta através da santificação, isto é, a fé se manifesta através da vida
cristã, em atitudes cristãs, com destaque para a dinâmica do amor, que ele propõe. Fala de um cristianismo aplicado
à vida do dia a dia dos cristãos.
O apóstolo iniciou o cap. 12 com a expressão: “Rogo-vos, pois, irmãos pelas misericórdias
de Deus que apresenteis os vossos corpos por sacrifício vivo, santo e agradável
a Deus, que é o vosso culto racional” (v.1). É um apelo aos cristãos para
que desenvolvam uma vida de amor a Deus, dizendo: “Rogo-vos”. Ele coloca “as
misericórdias de Deus” como base do apelo dele (v. 1). No cap. 12, enfatiza
também que a vida do cristão deve ser consagrada ao Senhor e aos seus
ensinamentos, sempre tendo como base o amor de Deus, ou seja, a sua
misericórdia por nós.
O apóstolo fala do amor como base de todo o relacionamento entre as pessoas. Lembra também, em Gl 5.22, que o
amor cristão é fruto do Espírito. Assim, quanto mais estivermos alimentados
espiritualmente, através dos meios da graça (Palavra e Santa Ceia), mais forte
será a nossa fé e mais abundante o fruto da fé, que é amor. Paulo tinha dito no
V.6 que tudo deve ser feito “segundo a
proporção da fé”. E, no texto lido, ele inicia falando do amor desta
maneira: “O amor seja sem hipocrisia” (V.9). Este amor não deve ser algo
forçado, fingido, mas deve ser sem dissimulação, sem falsidade, sem disfarce e
sem máscara.
Deus quer que sejamos autênticos cristãos e
que em nossa vida se evidencie a “dinâmica
do amor”, que o apóstolo Paulo apresenta nos versículos que seguem:
(Obs.: Ler cada versículo
indicado abaixo antes do pequeno comentário sobre cada um deles):
V. 9 - Querer sempre fazer o bem às pessoas, nunca
o mal.
V. 10 - Promover a honra e não a desonra das
pessoas, dando preferência aos interesses dos outros. Não falar mal das
pessoas, mas ajudá-las a superar o mal que pode estar presente na vida das
pessoas.
V. 12 - Suportar com paciência as tribulações
e os sofrimentos que podem advir da posição de autêntico cristianismo.
V. 12 – Ser perseverantes na oração, não só
por nós mesmos, mas também pelos outros, até pelos nossos inimigos. Jesus diz: “Amai os vossos inimigos e orai pelos que
vos perseguem” (Mt 5.44).
V. 13 - Compartilhar as necessidades (ação
social) e praticar a hospitalidade.
V. 14 - Abençoar os que nos perseguem e não
amaldiçoá-los. Nunca falar mal e não prejudicar os que fazem maldades contra
nós.
V. 14 - Ser solidário com os se alegram e com
os que choram.
E outras atitudes - Ler os versículos 16-21.
Que linda lista! Se vivermos assim teremos
uma convivência agradável, linda e influenciadora sobre outros que ainda não
creem! Além de fazer o bem às pessoas, as nossas boas atitudes têm outra
importante finalidade. Diz Jesus: “para
que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus (Mt
5.16b). Que Deus nos ajude a vivermos assim!
Jesus nos deu exemplo, se humilhou para
servir a todos nós. Ele sofreu e morreu para pagar a nossa culpa. Nós estamos
salvos! Ele o fez por AMOR. Que este amor habite em nossos corações e nos
habilite a amar a Deus, acima de tudo, ao próximo como a nós mesmos. Amém.
Martinho Sonntag
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